sexta-feira, 30 de junho de 2017

Área habitacional é foco da rodada de conciliação entre Caixa e DPU no Recife


Os problemas na área habitacional chegam com frequência no atendimento ao público de diversas unidades da Defensoria Pública da União. Na capital pernambucana, parte dessas demandas está sendo resolvida durante as rodadas de conciliação mensal entre a DPU e a Caixa Econômica Federal Regional Recife. A mais recente ação de resolução administrativa de conflitos aconteceu na manhã dessa quarta-feira (28), no bairro da Ilha do Leite.

Entre os cinco casos analisados durante a rodada de conciliação, estava o de C.C.R.S., que compareceu à audiência junto com o ex-marido. O casal adquiriu um imóvel há 23 anos, pagando a entrada após a venda de um imóvel da família e usando também o saldo da poupança. Segundo a Caixa, todo o prédio foi hipotecado ao banco após o não pagamento de uma dívida da construtora, fato que também ocorreu em outros empreendimentos da mesma empresa.

“É obvio que gostaríamos de resolver esse problema. Vendemos uma casa de 300 metros para dar de entrada nesse apartamento e depois esses problemas estouraram. Há 23 anos tínhamos bons empregos, mas hoje somos aposentados pelo INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] e não temos como pagar o valor mensal da proposta da Caixa. Entramos no negócio de boa-fé e estamos sendo prejudicados por um problema da construtora com o banco”, disse o ex-marido de C.C.R.S., ressaltando a proposta que a Caixa Econômica Federal fez durante uma audiência na Justiça Federal em abril quando foi indicado o pagamento à vista de R$ 108 mil ou 220 prestações de R$ 2.050.

Os representantes da Caixa informaram que esses valores e a quantidade de parcelas foram estabelecidos em um conselho da Empresa Gestora de Ativos do banco (Emgea) e que dificilmente poderia ser alterado. Porém, o defensor público federal Marco André Breta Ananias de Oliveira solicitou que eles formalizassem um questionamento à área para saber se, nesse caso, não havendo anuência da assistida da DPU por falta de condições de arcar com esse valor mensal, o prazo pode ser esticado e o valor das parcelas diminuído se for transferido para o filho mais novo do casal, que permanece morando no apartamento com a mãe, considerando que o prazo de 18 anos pode estar atrelado à idade da cidadã.

Além do defensor, participaram da conciliação representando a DPU no Recife o economista Patrício Barbosa e a estagiária Brenda dos Santos. Representando a Caixa estavam presentes Aldo Lins e Silva Pires e André Luís Meireles Justi, além dos prepostos de cada caso analisado.