segunda-feira, 19 de setembro de 2016

DPU atua para garantir benefício para crianças com microcefalia no Recife



A microcefalia vem sendo uma área de constante atuação da Defensoria Pública da União (DPU) no Recife desde o final de 2015. Além de prestar orientação jurídica para as famílias, a Defensoria também vem atuando judicial e extrajudicialmente em alguns casos em que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está negando o Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas).

A mãe de A.I.M.S., que tem microcefalia e está com dois anos e três meses, procurou a DPU no Recife em novembro de 2015 informando que o INSS havia negado o benefício de prestação continuada em virtude da renda familiar. A criança passou por uma perícia médica na unidade e a família passou por uma perícia social em sua residência. Ambas as perícias foram anexadas ao processo judicial que foi acompanhado pela defensora pública federal Fernanda Marques Cornélio. A sentença de primeira instância foi emitida no final do mês de maio, condenando o INSS a implantar o benefício solicitado e a pagar os atrasados desde a data de solicitação administrativa.

O INSS recorreu da decisão, reforçando a questão da renda familiar, e a Turma Recursal acatou o recurso. A defensora Maíra de Carvalho Pereira Mesquita protocolou embargos de declaração por omissão e erro material no acórdão da Turma Recursal. A defensora destacou que valores oriundos de programas sociais não devem ser computados na renda familiar, bem como citou a inconstitucionalidade do trecho da Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742/1993) que prevê como critério para a concessão do benefício a renda familiar mensal per capita inferior a um quarto do salário mínimo, considerando que esse critério está defasado para caracterizar a situação de miserabilidade. A DPU no Recife aguarda nova avaliação judicial do caso.

Além da atuação judicial, a Defensoria Pública da União também preza por outra função institucional, prevista na Lei Complementar 80/1994, que é a solução extrajudicial de litígios. L.V.N.V. tem 10 meses e é portadora de microcefalia. Sua mãe procurou a DPU no Recife em julho deste ano após receber a negativa de concessão do BPC-Loas em um processo administrativo em curso no INSS do município de Jaboatão dos Guararapes (PE).

A mãe foi atendida durante o plantão da defensora Tarcila Maia Lopes, que prontamente elaborou as contrarrazões para serem apresentadas pela assistida da DPU na Câmara de Julgamento de Recursos da Previdência Social. No dia 22 de agosto, a mãe de L.V.N.V. voltou à Defensoria para informar que o BPC-Loas havia sido concedido na via administrativa.