segunda-feira, 22 de agosto de 2016

DPU participa do 1º Fórum de Políticas Públicas em Oncologia de Pernambuco


Epidemia de câncer em Pernambuco, aspectos da lei dos 60 dias (Lei 12.732/2012), impacto da judicialização da saúde, política nacional de assistência farmacêutica, avaliação de tecnologia em saúde, entre outros temas, foram debatidos durante o 1º Fórum de Políticas Públicas em Oncologia do Estado de Pernambuco, na quarta-feira (10), no Recife. Realizado com o objetivo de promover o debate e a reflexão sobre os entraves enfrentados pelos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e o acesso de pacientes oncológicos aos tratamentos, o evento teve a Defensoria Pública da União (DPU) no Recife como um dos órgãos convidados.

Um dos temas mais vinculados à Defensoria Pública foi o fenômeno da judicialização da saúde. Segundo informações da Secretaria de Saúde de Pernambuco, a DPU é responsável por grande parte das demandas judiciais relacionadas com o fornecimento de tratamentos e medicamentos de alta complexidade. Os defensores públicos federais André Carneiro Leão e José Henrique Bezerra Fonseca, que representaram a DPU no evento, destacaram a atuação nesses casos.

“Esclarecemos que a DPU tem por dever funcional buscar sempre a resolução extrajudicial de conflitos. Nesse sentido, relatamos as iniciativas de criação de câmaras interinstitucionais no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte, assim como nossa tentativa de reproduzir algo semelhante em Pernambuco, por meio de reuniões com as Secretarias de Saúde do município e do estado. Informamos também que contamos com o apoio de três médicos requisitados na unidade, que auxiliam no exame criterioso de quais ações devem ou não ser ajuizadas. Por fim, nos colocamos à disposição para realizar convênios com as universidades locais, para levar informação à população carente sobre os seus direitos”, afirmou André Carneiro Leão, defensor público-chefe da DPU no Recife.

O conteúdo debatido no Fórum será convertido em um documento com o registro dos problemas identificados, bem como todas as propostas levantadas durante o evento. “Além das propostas preventivas, também foi levantada a possibilidade de criação de um comitê interinstitucional permanente no Estado para agilizar o fluxo de informações e evitar novas demandas judiciais”, finalizou André Carneiro Leão.

Cerca de 60 pessoas foram convidadas para o debate. Além da DPU, também estavam presentes representantes da Defensoria Pública Estadual, do Ministério Público Federal e Estadual, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco, do Tribunal de Justiça Estadual, do Ministério da Saúde, das Secretarias de Saúde Estadual e algumas municipais, de organizações não governamentais, além de médicos e servidores públicos que trabalham na área de onco-hematologia.