A Central Única das Favelas em Pernambuco (Cufa/PE), a
Defensoria Regional de Direitos Humanos de Pernambuco (DRDH/PE) e a Clínica
Interdisciplinar de Direitos Humanos da Universidade Católica de Pernambuco
(Unicap) promoveram debate sobre o direito à saúde e as vacinas contra a
Covid-19, na última sexta-feira (05), com o objetivo de esclarecer dúvidas da
população.
A conselheira Nacional de Saúde, representando os Usuários pela União de Negras
e Negros Pela Igualdade (Unegro), Conceição Silva, ressaltou a valorização da
ciência. “A vacinação é um bem conquistado pela ciência. E é importante que a
população saiba que a ciência é uma forma refinada de humanidade”.
Silva destacou que o único tratamento viável para diminuir a proliferação do
vírus, com as formas necessárias de regramento sanitário com o distanciamento
social, o uso de máscaras e de álcool e a necessidade de lavar as mãos. “A
gente está vivendo situações muito difíceis em relação à distribuição da vacina
devido ao processo da politização por parte do Governo Federal de negação da
vacina. Há uma negação da pandemia” e acrescentou: “Isso é perigoso, não existe
tratamento precoce e a melhor medida é a vacinação”, asseverou.
A médica e pesquisadora do Instituto Aggeu Magalhães/IAM (Fiocruz/PE), Ana
Brito, afirmou que o país nunca esteve tão desestruturado para o enfrentamento
de uma pandemia “que a gente não viu nada igual a ela, mas que a gente tinha
instrumentos para minimizar esse imenso sofrimento que a população brasileira
está sendo sujeita”.
Brito garantiu que a vacinação se impõe como medida central de combate da
Covid-19. “É uma medida que não é só proteção individual, mas sobretudo uma
medida de proteção coletiva”. Ela explicou que o poder das vacinas é evitar a
propagação das doenças e também as mortes.
A defensora pública do Estado de Pernambuco Ana Carolina Khouri, coordenadora
do Núcleo de Defesa da Saúde Coletiva da Defensoria Pública do Estado de
Pernambuco (DPPE), falou sobre a atuação na chegada das primeiras doses das
vacinas no Estado para saber forma da distribuição. “A clareza e a
transparência com que essas doses seriam distribuídas entre os municípios, quem
é que faz parte desse grupo prioritário. Isso porque o Plano Nacional de
Imunização trouxe um aspecto geral, de forma muito aberta e abstrata de como a
imunização deveria acontecer”, explicou.
Khouri disse que a DPPE fez recomendações ao Estado e a todos os municípios
para que planos de imunizações fossem elaborados de forma clara. E falou da
obrigatoriedade na vacinação e sobre a questão de fura-fila. “Existe uma série
de consequências para quem fura a fila e também para o gestor que permite que
isso aconteça. Existem crimes administrativos, por desviar o bem público de sua
finalidade precípua”, alertou.
JRS
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
https://www.dpu.def.br/noticias-pernambuco/60790-projeto-sexta-de-direitos-debate-direito-a-saude-e-vacinas-da-covid-19