“Não queremos flores e nem
bombons nessa data, queremos respeito”. Foi com essa frase que a defensora
pública federal Patrícia Alpes de Souza deu início à palestra sobre o Dia
Internacional da Mulher, nessa terça-feira (08), na Defensoria Pública da União
(DPU) no Recife. A palestra aconteceu na área de atendimento ao público da
unidade e contou com a presença de convidados, assistidos, defensores,
servidores, terceirizados e estagiários da unidade.
Além de Patrícia Alpes,
que é coordenadora do Setor de Atendimento ao Público da DPU no Recife, a mesa
de debate foi composta por Ingrid Farias, representante da ActionAid Brasil;
Madalena Rodrigues, ex-estagiária da Defensoria e representante do Grupo Frida
de Gênero e Diversidade; André Carneiro Leão, defensor chefe da unidade; e a
defensora Tarcila Maia Lopes.
“O dia 8 de março é o dia
que acordamos para falar de luta, de respeito e de espaço. E por isso,
resolvemos montar essa mesa de debate hoje”, afirmou Patrícia Alpes, passando a
palavra para a representante da ActionAid Brasil, Ingrid Farias. A ActionAid é
uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1972, que trabalha em parceria
com comunidades e organizações para garantir acesso das pessoas em situação de
pobreza aos direitos de alimentação, educação, infraestrutura urbana,
participação cidadã e igualdade entre homens e mulheres. Eles atuam em 45
países e estão no Brasil desde 1999.
Ingrid Farias fez um breve
resumo sobre a atuação da organização e aprofundou sua fala na perspectiva dos
direitos das mulheres, do machismo dentro da sociedade atual, da situação das
mulheres encarceradas e da construção do respeito entre todos. “Uma sociedade machista
oprime homens e mulheres. O problema é que, na nossa sociedade, o machismo também
mata. Os homens que estão aqui hoje precisam ficar atentos ao seu comportamento
e à criação dos seus filhos”, destacou.
A convidada também citou a
campanha Cidades Seguras para as Mulheres. O processo de construção desse
trabalho aconteceu no contato direto com mulheres de comunidades nos estados de
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de
Janeiro e São Paulo. Concluiu-se que o espaço público não considera as necessidades
e os desejos das mulheres, sendo necessárias ações mais efetivas em áreas como
iluminação pública, transporte, policiamento, educação, moradia e saúde.
“Garantir uma cidade segura para a mulher é garantir uma cidade segura para
todo mundo”, enfatizou Ingrid Farias, convidando todos os presentes a
participarem de um ato unificado na tarde dessa terça-feira, com uma marcha de
mulheres pela cidade do Recife.