A mudança de endereço da
Defensoria Pública da União (DPU) no Recife está proporcionando novos contatos
com organizações que trabalham com grupos vulneráveis na cidade. Entre eles
está a organização não governamental GTP+, também chamada de Grupo de Trabalhos
em Prevenção PositHIVo, sediada no entorno da nova sede da DPU na capital pernambucana.
Um representante do GTP+ procurou a Defensoria na manhã dessa quarta-feira (22)
para fazer uma apresentação sobre o seu trabalho e alinhar possíveis atuações
com o órgão.
Wladimir Reis, coordenador
geral do GTP+, foi recebido pela defensora pública chefe-substituta da unidade,
Tarcila Maia Lopes, e pelos servidores Neon Bruno e Rafael Filipe. A ONG foi
fundada em dezembro de 2000 para trabalhar com a prevenção de doenças
sexualmente transmissíveis, contribuindo para o enfrentamento da epidemia de Aids,
encorajando o ativismo e proporcionando o conhecimento em direitos humanos e
cidadania das pessoas soropositivas. O público alvo do GTP+ é formado por
jovens, homossexuais, bissexuais, travestis, transexuais, cisgêneros,
profissionais do sexo, pessoas que vivem com o HIV e demais grupos em situação
de vulnerabilidade social.
“A ideia é apresentar a
organização e os nossos projetos. Também queremos pedir apoio da DPU no que se
refere à população carcerária de travestis e transexuais. O preconceito e a
discriminação ainda é muito grande”, destacou Wladimir Reis que completou. “Só
no ano passado morreram mais de 500 pessoas com Aids em Pernambuco e Recife tem
mais de 50% das pessoas com HIV no Estado. As ações governamentais de prevenção
não estão acontecendo. Nossa atuação também foi prejudicada com a recessão do
país, pois dificultou a ajuda dos nossos parceiros nos últimos anos. Mas
continuamos tentando apoios e recursos.”
Segundo a defensora
Tarcila Maia Lopes, ações conjuntas podem ser pensadas entre as Defensorias
Públicas da União e Estadual voltadas para essa população vulnerável. “A DPU
tem uma atuação direta na área criminal. Temos defensores no Conselho
Penitenciário do Estado, temos um grupo de trabalho nacional na área LGBTI e
temos também uma defensora que nos representa na Corte Interamericana de
Direitos Humanos. Podemos começar a pensar em ações conjuntas com a Defensoria
do Estado, por exemplo, que também já tem atuação nessa área”, afirmou Tarcila
Lopes.
Os projetos do GTP+ na
área de cidadania são o Cozinha Solidária, o Espaço Positivo e a Cidadania
PositHIVa. Já os projetos de prevenção são Mercadores de Ilusões, Juventude em
Ação (formação de multiplicadores) e o grupo de teatro de rua “Turma da
Prevenção”. Além disso, a ONG criou um projeto chamado Fortalecer Para Superar
Preconceitos, que atuou durante um tempo no Presídio de Igarassu, localizado na
Região Metropolitana no Recife, garantindo alguns direitos básicos aos
travestis e transexuais presos. O GTP+ segue fazendo testagem de HIV por fluído
oral para o público em geral e rondas semanais, até julho, nos locais de
trabalho dos profissionais do sexo, levando orientação e insumos de prevenção.