sexta-feira, 24 de março de 2017

DPU é procurada por organização que trabalha com soropositivos no Recife


A mudança de endereço da Defensoria Pública da União (DPU) no Recife está proporcionando novos contatos com organizações que trabalham com grupos vulneráveis na cidade. Entre eles está a organização não governamental GTP+, também chamada de Grupo de Trabalhos em Prevenção PositHIVo, sediada no entorno da nova sede da DPU na capital pernambucana. Um representante do GTP+ procurou a Defensoria na manhã dessa quarta-feira (22) para fazer uma apresentação sobre o seu trabalho e alinhar possíveis atuações com o órgão.

Wladimir Reis, coordenador geral do GTP+, foi recebido pela defensora pública chefe-substituta da unidade, Tarcila Maia Lopes, e pelos servidores Neon Bruno e Rafael Filipe. A ONG foi fundada em dezembro de 2000 para trabalhar com a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, contribuindo para o enfrentamento da epidemia de Aids, encorajando o ativismo e proporcionando o conhecimento em direitos humanos e cidadania das pessoas soropositivas. O público alvo do GTP+ é formado por jovens, homossexuais, bissexuais, travestis, transexuais, cisgêneros, profissionais do sexo, pessoas que vivem com o HIV e demais grupos em situação de vulnerabilidade social.

“A ideia é apresentar a organização e os nossos projetos. Também queremos pedir apoio da DPU no que se refere à população carcerária de travestis e transexuais. O preconceito e a discriminação ainda é muito grande”, destacou Wladimir Reis que completou. “Só no ano passado morreram mais de 500 pessoas com Aids em Pernambuco e Recife tem mais de 50% das pessoas com HIV no Estado. As ações governamentais de prevenção não estão acontecendo. Nossa atuação também foi prejudicada com a recessão do país, pois dificultou a ajuda dos nossos parceiros nos últimos anos. Mas continuamos tentando apoios e recursos.”

Segundo a defensora Tarcila Maia Lopes, ações conjuntas podem ser pensadas entre as Defensorias Públicas da União e Estadual voltadas para essa população vulnerável. “A DPU tem uma atuação direta na área criminal. Temos defensores no Conselho Penitenciário do Estado, temos um grupo de trabalho nacional na área LGBTI e temos também uma defensora que nos representa na Corte Interamericana de Direitos Humanos. Podemos começar a pensar em ações conjuntas com a Defensoria do Estado, por exemplo, que também já tem atuação nessa área”, afirmou Tarcila Lopes.


Os projetos do GTP+ na área de cidadania são o Cozinha Solidária, o Espaço Positivo e a Cidadania PositHIVa. Já os projetos de prevenção são Mercadores de Ilusões, Juventude em Ação (formação de multiplicadores) e o grupo de teatro de rua “Turma da Prevenção”. Além disso, a ONG criou um projeto chamado Fortalecer Para Superar Preconceitos, que atuou durante um tempo no Presídio de Igarassu, localizado na Região Metropolitana no Recife, garantindo alguns direitos básicos aos travestis e transexuais presos. O GTP+ segue fazendo testagem de HIV por fluído oral para o público em geral e rondas semanais, até julho, nos locais de trabalho dos profissionais do sexo, levando orientação e insumos de prevenção.