terça-feira, 11 de setembro de 2018

DPU no Recife recebe representantes de associações de surdos


A Defensoria Pública da União (DPU) no Recife recebeu, nesta segunda-feira (10), representantes de associações de surdos para tratar de problemas de acessibilidade no procedimento para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). As entidades relatam extremas dificuldades encontradas pelos surdos para realização do exame, como a falta de intérprete em libras.

O presidente da Associação de Surdos de Pernambuco (ASSPE), André Antônio do Nascimento, afirmou que os surdos encontram várias barreiras na acessibilidade dos postos do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE). “Tem a questão da falta de intérprete para o atendimento e para o exame de habilitação o surdo é obrigado a pagar um intérprete para entender a prova na sua língua”, denunciou.

O Presidente da Associação dos Surdos de Olinda (ASO), Gutemberg Laurindo de Oliveira, explicou que o custo para um surdo tirar a CNH acaba sendo muito maior. “Tem que pagar para intérpretes na autoescola e no Detran. O surdo acaba tendo prejuízo. A prova deveria ser toda em libras”, reivindica.

O defensor público federal, Geraldo Vilar, responsável pelo Ofício Regional de Direitos Humanos em Pernambuco, escutou as demandas reforçadas pelas associações e informou que já encaminhou um ofício ao Detran-PE com o requerimento de uma reunião “junto ao órgão para que sejam debatidos procedimentos e soluções para as demandas apontadas”.

“Foi muito enriquecedor ouvir as demandas de todos. E estamos esperando a resposta do Detran para uma reunião em que trataremos da necessidade de um atendimento qualificado e prioritário para os surdos com tradução de libras em todos os postos e horários e também sobre formas de tornar mais acessível o exame de habilitação”, afirmou Vilar para os presentes na reunião.

http://www.dpu.def.br/noticias-pernambuco/157-noticias-pe-slideshow/45759-dpu-no-recife-recebe-representantes-de-associacoes-de-surdos