quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Serra Talhada recebe DPU Itinerante para audiências da transposição do Rio São Francisco


Foto: arquivo do Ministério da Integração Nacional

A Defensoria Pública da União, dentro do projeto DPU Itinerante, participou de um mutirão no último dia 10 de outubro no município de Serra Talhada, localizada no Sertão de Pernambuco, distante 415 quilômetros de Recife. As conciliações foram referentes às ações de servidão administrativa decorrentes da transposição do Rio São Francisco. Além da DPU, participaram das sessões representantes do Ministério de Integração Nacional, da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Justiça Federal em Pernambuco (JFPE). 
A Justiça Federal concedeu liminar nas ações de servidão administrativa ajuizadas pela União para permitir a imissão na posse das áreas necessárias à instalação de torres referentes às obras para a transposição do Rio São Francisco. No sistema de servidão pública, a Administração impõe à propriedade particular um ônus real de uso, para assegurar a realização e conservação de obras e serviços públicos ou de utilidade pública, mediante indenização ao proprietário, que continuará a usar sua terra com pequenas limitações. 
Segundo os moradores da região, a empresa contratada para iniciar as obras entrou nas propriedades antes mesmo da liminar ser concedida, quebrando cercas e danificando pastos. Algumas famílias também não concordaram com o valor da indenização ofertado pela União. 
A defensora Marina Pereira Carvalho do Lago foi designada para a ação e participou de 14 das 15 audiências realizadas. Oito acordos foram firmados e as famílias devem receber a indenização ainda no mês de outubro. “É grande a importância da DPU nesses eventos, uma vez que a população da localidade encontra-se em nítida situação de hipossuficiência econômica e jurídica”, destaca Marina Lago. 
Durante as conciliações, o Ministério da Integração Nacional se comprometeu a fiscalizar com mais rigor a empresa contratada e a sanar os danos já causados. No caso das famílias que não concordaram com o valor a ser pago e não firmaram acordo, a defensora solicitou novas perícias em juízo para avaliar a terra em questão.