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quarta-feira, 12 de junho de 2019

DPU resgata trabalhadores em situação análoga à escravidão na PB e no RN



A Defensoria Pública da União (DPU) participou de mais uma operação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), em parceria com o Ministério da Economia, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Desta vez, a ação ocorreu nos municípios de Equador, no Rio Grande do Norte, Junco do Seridó e Tenório, na Paraíba. A operação teve início no dia 6 de junho e resgatou 12 trabalhadores de minas de caulim em situação análoga à escravidão.

O defensor público federal Djalma Henrique da Costa Pereira participou da fiscalização representando a DPU. Segundo ele, as pessoas sujeitas a trabalhos análogos ao escravo encontram-se em situação extremamente precária e são mal remuneradas. “Nas minas de caulim, os trabalhadores fazem buracos chamados de banquetas, com 20 ou 30 metros de profundidade. Eles descem e trazem para a superfície o caulim, que é um tipo de minério. Então, vendem muito barato para atravessadores ou diretamente para grandes empresas. Eventualmente, ocorrem desmoronamentos e mortes nesses buracos. Eles também ficam muito doentes. Tem um problema social grave nessa situação. A região é muito carente e as empresas de grande porte se utilizam dessa condição”, destacou Pereira.


Durante a fiscalização, os auditores do Trabalho caracterizam a situação como análoga à escravidão e tentam fazer um vínculo direto do trabalhador com a empresa. “É exigida a anotação na carteira de trabalho para, então, haver a rescisão. Paga-se a rescisão, paga-se o FGTS e liberam-se as guias de seguro desemprego para que o trabalhador passe a ter direitos previdenciários. A DPU orienta os trabalhadores acerca dos direitos trabalhistas e previdenciários, bem como auxilia na negociação extrajudicial de acordos com as empresas e se coloca à disposição para judicializar casos sem acordo”, complementou o defensor. Nessa ação, especificamente, todos as empresas realizaram acordos com os trabalhadores, que foram acompanhados pelo representante da DPU e pelo procurador do Trabalho Eduardo Varandas Araruna, coordenador regional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete).


Em maio, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel resgatou 21 trabalhadores em fazendas no Maranhão e Roraima e outros 12 trabalhadores no município de Salgadinho, também na Paraíba, totalizando 45 resgates em quatro Estados. Além dessa operação na Paraíba e Rio Grande do Norte, o GEFM também está em atuação no Espírito Santo, nessa primeira quinzena de junho, com o defensor público federal Fernando Levin Cremonesi representando a DPU.


ACAG/KNM
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União